Resgates: combate ao trabalho escravo

Sinopse

A existência do Grupo Móvel foi uma revolução no campo. Era o direito, inclusive trabalhista, chegando aos rincões mais distantes; o resgate da cidadania; a exigência do respeito à humanidade do outro, subalterno na relação assimétrica de dois polos. Um tinha o dinheiro, a terra, os meios de transporte e as armas. Do outro lado, havia apenas a força do trabalho. Tratava-se de estabelecer o respeito aos direitos humanos onde seu cumprimento era cotidianamente pisoteado. A revolução se dava na ação dos auditores ao entrarem nas empresas e estabelecerem o direito da parte prejudicada e auxiliarem na transformação da consciência de muitos trabalhadores que tinham, finalmente, sua dignidade resgatada. Era uma ocasião única. O trabalhador, pela primeira vez, teria a seu lado uma autoridade e esta desconstruiria os argumentos do exercício coercitivo do trabalho – o pretexto da dívida –, das condições degradantes de alimentação, moradia e trabalho. Mas ainda havia problemas. A então titular da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) Ruth Vilela, apontava, em junho de 2010, a importância do intercâmbio de dados entre os parceiros e a formulação de comunicações efetivas, o aprimoramento de ações de investigação e inteligência, especialmente nos aspectos econômicos e comerciais ligados ao crime e afirmava: “Temos que ter humildade para admitir que estamos a anos-luz da erradicação do trabalho escravo”. Em outra ocasião afirmava que o Grupo Móvel era eficiente, pois libertava trabalhadores, mas não era eficaz porque se retornassem meses depois ao mesmo local, era provável que o empresário punido tinha voltado a cometer o crime.

Número de Páginas

204

Formato

21x25

Ano de Publicação

2022

Área

Direito do trabalho