ASSINATURA INDIVIDUAL COMPLETA
Sinopse
A presente tese busca analisar os valores sociais reivindicados pelos novos movimentos sociais que eclodiram na segunda década do século XXI. A partir da compreensão das aspirações e novas formas de mobilização utilizadas pelos movimentos sociais de Belo Horizonte, pretende-se reconstruir o valor trabalho e, com isso fornecer instrumentos para que o sindicalismo readquira legitimidade social. Para tanto, o texto foi dividido em duas partes. Na primeira, buscou-se apresentar os valores filosóficos e culturais que foram construídos pelo pensamento europeu. Em seguida, outros significativos sociais foram revelados, a partir das culturas indígenas e africanas, que também compõem a complexa teia social brasileira. A intenção foi contestar o ethos eurocêntrico do capitalismo, que é adotado pelo Direito do Trabalho. Na segunda parte, apresentaram-se os novos movimentos sociais e tentou-se criar um princípio jurídico que possa se constituir como ferramenta para a rearticulação do sindicalismo, bem como para a elaboração, aplicação e interpretação das normas justrabalhistas. A importância da pesquisa reside no fato de que o sindicalismo perdeu a centralidade junto às camadas populares, devido à eclosão de novos movimentos sociais, que contestam o próprio ethos capitalista. No entanto, a partir do reconhecimento de que o trabalho humano protegido é ferramenta social indispensável para a construção de uma sociedade livre e igualitária, bucar-se-á ressignificá-lo.
Número de Páginas
399
Formato
17x24
Ano de Publicação
2018
Área
Direito do trabalho
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS - 21
PRIMEIRA PARTE: O TRABALHO E SEU VALOR cultural filosófico - 33
2 - O fim da história ou a abertura de possibilidades para novas narrativas? - 39
2.1 O espaço/tempo no discurso sobre a Modernidade Capitalista - 42
2.2 O discurso crítico das ciências sociais - 44
2.2.1 A construção da identidade europeia - 47
2.2.2 Entre selvagens e bárbaros, escolhemos os romanos - 51
2.3 O descolonialismo como metodologia para se compreender a sociedade capitalista - as vozes do Sul - 55
2.3.1 O capitalismo globalizado sob a perspectiva dos povos do Sul - 57
3 - O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA JURÍDICO EUROPEU - 65
3.1 O comunitarismo excludente: igualdade e justiça na Antiguidade Clássica Helênica - 66
3.2 A honra medieval e a preservação da noção de igualdade geométrica: o conceito de justiça na Idade Média europeia - 68
3.3 Como o Direito se tornou ciência? - 71
3.4 O Iluminismo em julgamento - 74
3.4.1 O Romantismo Alemão se opõe ao Iluminismo - 75
4 - Trabalho na cultura europeia: entre a negação religiosa e a monetarização capitalista - 81
4.1 A decadência humana pelo trabalho ou a sua redenção? - 82
4.2 O dualismo platônico - 85
4.3 A cristandade como modo de vida em Santo Agostinho - 86
4.3.1 A dualidade do ser em Santo Agostinho - 89
4.4 A razão divina em São Tomás de Aquino - 93
4.5 O espírito do capitalismo na reforma protestante segundo Max Weber - 95
4.5.1 A economia de necessidade versus o espírito do capitalismo - 96
4.5.2 Não pense, trabalhe - 99
4.5.2.1 Deus é mau. Deus é bom. Deus do trabalho. Deus da contemplação: a solidão calvinista e a vocação para o trabalho - 101
4.5.2.2 Das mãos de Deus nasce o capitalismo - 110
5 - COROAÇÃO DO TRABALHO NA CULTURA OCIDENTAL - 113
5.1 A disciplina do trabalho liberta? Hegel e a dialética do reconhecimento - 114
5.2 Karl Marx e a coroação do trabalho: o trabalho enquanto objeto e sujeito - 119
5.2.1 Karl Marx e o trabalho enquanto objeto - 121
5.2.1.1 A permanência das dualidades alma/corpo e homem/natureza no sistema marxista - 122
5.2.2 Marx e o trabalho enquanto sujeito - 128
5.2.2.1 O animal laborans conquistou a política - 132
5.3 Direito ao trabalho ou direito ao disciplinamento do corpo? - 138
5.3.1 Trabalho e tempo: a teoria da mais-valia - 138
5.3.2 O controle do tempo e do corpo pelo capitalismo - 141
5.3.2.1 A tomada do tempo pela fábrica capitalista e pelo sistema punitivo penal - 143
5.3.2.2 A tomada do corpo e da alma pela fábrica capitalista - 148
6 - AS DIVERSAS MATRIZES CULTURAIS BRASILEIRAS E A EMERGÊNCIA DE NOVOS VALORES SOCIAIS - 157
6.1 Eu, a/o brasileira/o de raiz indígena - 163
6.1.1 O escravo indígena - 168
6.1.2 Trabalho e disciplina na cultura indígena - 170
6.2 Eu, a/o brasileira/o de raiz africana - 174
6.2.1 A coletividade africana - 177
6.2.2 As formas de resistência afro-brasileiras - 184
6.2.3 O Brasil afro que o Brasil branco não quer enxergar - 189
6.2.3.1 A resistência da linguagem, da religiosidade, da culinária, da musicalidade e do coletivismo afro - 191
6.3 Novos valores jurídicos que emergem das sociedades latino-americanas - 196
6.3.1 Contribuições do socialismo andino amazônico - 198
6.3.2 Contribuições da coletividade africana - 204
SEGUNDA PARTE: TRABALHO, SINDICALISMO E POLÍTICA NO SÉCULO XXI: QUAL O FUTURO DO DIREITO DO TRABALHO? - 209
7 - O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO DO CAPITALISMO E DO TRABALHO: CRÍTICAS E ADAPTAÇÕES DO SISTEMA - 213
7.1 Em busca da metodologia de análise da atual fase capitalista - 219
7.1.1 Vantagens pessoais e bem comum: desmascarando o discurso capitalista - 222
7.1.2 O papel da crítica nas formações históricas capitalistas - 225
7.2 A crise do pacto fordista e a construção da cidade por projetos - 228
7.2.1 O papel da crítica na formação do atual espírito do capitalismo: entre o social e o estético, como construir a justiça? - 232
7.2.2 O trabalho líquido forja o sujeito líquido - 241
7.2.2.1 Seria o “trabalhador líquido” um sujeito sem caráter? - 247
8 - A MATERIALIZAÇÃO DA MULTIDÃO: NAS REDES E NAS RUAS - 255
8.1 A resistência das subjetividades articulada em rede - 259
8.2 #NósSomosAsRedesSociais - 263
8.2.1 #PodiaSerAGenteMasVocêNãoColabora - 268
8.2.2.#SaímosDoFacebook - 278
8.3 #BaileEOcupeComigo - 282
8.3.1 #ComQueRoupaEuVou? - 285
9 - O HORIZONTE É REBELDE: A RENOVAÇÃO DAS CRÍTICAS NO BRASIL DO SÉCULO XXI - 293
9.1 #NinguémMeRepresenta - 295
9.2 #OProfessorÉMeuAmigoMexeuComEleMexeuComigo - 298
9.3 #OHorizonteÉBeloERebelde - 303
9.3.1 #BaixoCentroÉCultural - 305
9.3.2 #PraiaDaEstação - 307
9.3.3 #CarnavalizaBHCarnavalizaADemocracia - 308
9.4 #OcupeSuaMente - 312
9.4.1 #LegalizeJá - 313
9.4.2 #SeNãoForPraDescerAtéOChãoNãoÉMinhaRevolução - 314
9.4.3 #SouFeiaMasTôNaModa - 316
9. 4.3.1 Desmistificando o funk: suas origens musicais e sociais - 317
9. 4.3.2 O funk proibidão e o movimento de mulheres negras - 324
9. 4.3. 3 O funk ostentação, o shopping center e o Rolezinho - 332
9.5 O sindicato de ontem, hoje e amanhã - 336
10 - PRINCÍPIO DA INTEGRAÇÃO: CONSTRUINDO UM NOVO SENTIDO PARA O TRABALHO E PARA A DEMOCRACIA - 343
10.1 A necessária reconstrução do sindicalismo - 346
10.2 Trabalho e cidadania: a subcidadania brasileira - 348
10.3 Construindo o Princípio da Integração - 351
10.3.1 A democracia na concepção europeia - 352
10.3.2 A cidadania na concepção europeia - 353
10.3.3 A democracia e a cidadania na Teoria do Reconhecimento - 357
10.3.4 Competição x cooperação: cidadania, participação e democracia consensual latino-americana - 363
10.4 Princípio da integração: trabalho e cidadania participativa - 368
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS - 375
Referências Bibliográficas - 377